“…Oh, Rosa da Esperança!….
Tu és a redenção da alma infantil,
No coração do meu Brasil.
Oh, meu Jesus,
Ouve esta prece. …”
João Cabete

Como surgiu a idéia de fundação da Cidade da Fraternidade

Numa tarde maravilhosa nos planos espirituais, há mais de cem anos, reuniram-se espíritos amigos, cheios de fé e abnegação, a fim de traçarem o roteiro de futuras lutas missionárias na superfície da terra.

Sob a bênção misericordiosa de numes tutelares de alcandorados dotes de espírito, uniram pensamentos e corações implorando a Jesus lhes concedessem a oportunidade do trabalho efetivo em favor de numerosas entidades que pretendiam retornar à carne libertos dos laços da família tradicional, de maneira a iniciarem no mundo, novo sistema de viver para poderem servir sem os aguilhões dos laços consanguíneos.

A atmosfera saturara-se com o perfume das almas bem formadas e tudo era vibração e amor.

O Divino Senhor da Vinha enviou-lhes amorosamente o Seu Sublime apoio e então companheiros especializados e categorizados expuseram os planos superiores da Cidade da Fraternidade, futura organização de Paz Cristã a ser edificada no seio do Brasil.

Ali, encontrariam os pequeninos sem teto, o amor verdadeiro e a liberdade espírita-cristã capazes de lhes dar a orientação segura e a formação moral adequada e prepará-los para as experiências espinhosas dos deveres e provas com Jesus.

Convocaram-se, então centenas de espíritos de boa vontade, criaturas que possuíam no coração e na mente os princípios sãos do Cristianismo primitivo e do Evangelho Vivo. Foram selecionadas escrupulosamente de acordo com as possibilidades que detém através das reencarnações milenares para os diversos e variados misteres da tarefa. Médiuns, administradores, mestres de educação, colaboradores de toda natureza foram chamados ao renascimento na Terra com liberdade de serem os esteios da nova comunidade.

Naquela tarde, todos ali compareceram. A Cidade da Fraternidade plasmada no seio do infinito, sentiu o primeiro sopro de vida espiritual na mente e na alma daquela centena de milhar de servidores abnegados da Causa.

O júbilo e a alegria derramaram-se de todos os olhares e as primeiras entidades começaram a descer às trevas do mundo, para iniciar a preparação do terreno…

Estavam lançados os fundamentos da Cidade da Fraternidade.

Mensagem do espírito Scheilla, psicografada por Américo Rafael Ranieri em 1960, em Guaratinguetá-SP.

No tempo das primeiras campanhas em favor da CIDADE DA FRATERNIDADE, fundou-se em São Paulo uma secretaria para a Cidade da Fraternidade, que ganhou inclusive um apartamento como donativo. Foi feita uma campanha e escolhido o menino símbolo da CIDADE, que foi este que aparece no bônus. Esse bônus foi criado para se levantar fundos. Havia uma idéia de grandeza material da CIDADE DA FRATERNIDADE.

Cagaiteira e sua conexação com a fundação da Cidade da Fraternidade em 21 de Dezembro de 1975

A cagaiteira é uma árvore nativa das regiões dos cerrados. Não é uma árvore de porte impressionante nem chama a atenção por qualquer particularidade.
Nas proximidades da Cidade da Fraternidade, porém, existe apenas uma da espécie, a qual, para os Mentores da Espiritualidade, parece representar um marco de referência.

Quando das orientações espirituais, na OSCAL, em Belo Horizonte, visando ao surgimento da Cidade, os Mentores faziam repetidas alusões à existência do solitário exemplar da cagaiteira, na região.

Contudo, essa árvore, após a aquisição da área para a localização da Obra, não foi encontrada, apesar das constantes buscas. Localizada perto das ruínas de antiga fazenda, onde ainda subsiste uma palhoça em que mora uma família pobre, nos cerrados, fora ela cortada, como sempre se faz nos sertões. Somente em 1975, rebrotada, e quando a Cidade já havia completado 12 anos, é que foi encontrada.

Nas mencionadas comunicações por via mediúnica, na capital mineira, abrangendo o período dos anos de 1958/60, informava a Espiritualidade que naquela localidade funcionava um posto de socorro do Plano Espiritual.

Entretanto, mesmo sem se encontrar a cagaiteira, as terras para a Cidade foram adquiridas. Mas o Mentor Joseph Gleber, como também a suave Irmã Scheilla, em reunião extraordinária da OSCAL, em 02.04.60, comunicaram ser aquela realmente a área programada pelos Mentores.

A identificação da árvore deu-se em 21.12.75, por Arym, Horta, Meire, Dalva e Joaquinzão. Este último era um morador da região, conhecedor experiente daqueles sítios.

A primeira prece proferida debaixo da árvore foi repleta de alegria e emoção, ocorrendo inclusive comunicação da Irmã Scheilla.
O local é hoje ponto quase obrigatório de visitas, por parte de todos os que se dirigem à Cidade.

Autor desconhecido.

A Casa do Caminho – Uma síntese da sua história.

A Casa do Caminho foi indubitavelmente a primeira comunidade Cristã na história da humanidade. Simão Pedro o seu fundador, presidiu-lhe os destinos, coadjuvado pelos apóstolos Natanael (Bartolomeu), Thiago (filho de Zebedeu), Filipe e João. Os demais apóstolos demoraram pouco tempo pois saíram para difundir o evangelho de Jesus entre os povos gentios, sendo na sua maioria martirizados. Conta-se que o casarão principal era um pavilhão singelo não mais que um grande telheiro revestido de paredes frágeis, carentes de todo e qualquer conforto. Chegou mais tarde João Marcos, um auxiliar direto de Pedro.

O colegiado apostolar compreendendo a extensão das tarefas que lhes cabiam, buscou mais cooperadores. Não consideravam justo deixar a palavra de Jesus para servirem às mesas. Vieram os diáconos representados por Estevão, Prócoro, Nicanor, Parmenas, Nicolau, Timon e Barnabé. Foi construída uma casa em anexo para as atividades de oração e evangelho.

“E era um só o coração e a alma da multidão dos que criam e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comum. Não havia pois, entre eles necessitado algum: por que todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se por cada um, segundo a necessidade que cada um tinha”.

A Casa do Caminho era uma plantinha tenra, oriunda de uma semente divina, a enfrentar titânicos embates, num ambiente hostil e adverso. De um lado eram mais de cem pessoas recebendo alimentação diária, além dos serviços de assistência aos enfermos, aos órfãos e aos desamparados de uma forma igual e entre eles, prostitutas, criaturas de má conduta, loucos incuráveis e viciados de variados matizes. De outro lado, a perseguição atroz do judaísmo o que obrigou a uma relação de permanentes concessões.

Existiu assim a dependência monetária da sociedade judia para manutenção da obra. O apóstolo Paulo, quando em visita a Jerusalém, consternado com a situação da Casa do Caminho, em diálogo com Pedro, obtemperou: “precisamos encontrar um meio de libertar as verdades evangélicas do convencionalismo humano. Precisamos instalar aqui, elementos de serviço que habilitem a casa a viver de recursos próprios. Os órfãos, os velhos e os homens aproveitáveis poderão encontrar atividades além dos trabalhos agrícolas e produzir alguma coisa para a renda indispensável. Cada qual trabalharia de conformidade com as próprias forças, sob a direção de irmãos mais experimentados. Como sabemos, onde há trabalho, há riqueza, e onde há cooperação, há paz. É o único recurso para emancipar a igreja de Jerusalém das imposições do faraisaismo, cujas artimanhas conheço desde o princípio de minha vida”! Ademais, aduziu Paulo: “Barnabé e eu poderemos retornar aos lugares visitados (igrejas recém-fundadas), além de buscar outros, na expectativa de ajuntarmos recursos para parte das necessidades da Igreja de Jerusalém”. Paulo entendeu como insuficientes os esforços narrados por Pedro: “organizei serviços de plantação para os reestabelecidos e impossibilitados de se ausentarem logo de Jerusalém. Com isto a Casa não tem necessidade de comprar hortaliças e frutas. Quanto aos melhorados, vão tomando os encargos de enfermeiros dos menos favorecidos da saúde.

Como vês, estes detalhes não foram esquecidos e mesmo assim a igreja está onerada de despesas e dívidas que só a cooperação do judaísmo pode atenuar ou desfazer”.

Noutra passagem pela Casa do Caminho, Paulo admoestou: “poderemos atender a muitos doentes, ofertar um leito de repouso aos mais infelizes; mas sempre houve e haverá corpos enfermos e cansados na Terra. Na tarefa cristã, semelhante esforço não pode ser esquecido, mas a iluminação do espírito deve estar em primeiro lugar. Se o homem trouxesse o Cristo no íntimo, o quadro das necessidades seria completamente modificado”.

Sabemos que as igrejas se multiplicaram, porém a Casa do Caminho em face as injunções humanas e, pela ausência do Conselho de Apóstolos e presbíteros, sem dizer das perseguições malévolas do sacerdócio organizado do judaísmo, fizeram-na ruir no tempo, frustrando o exemplo lídimo para a humanidade de um novo sistema de viver em comunidade. A Casa do Caminho foi um marco na história do Cristianismo e um exemplo inesquecível do espírito da abnegação e da fraternidade.

Humberto de Campos retrata no livro “Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho” uma assembléia no mundo espiritual e, no momento quando a caravana se deslocou para o hemisfério sul, no século XIV, Jesus exclamou à Helil, espírito responsável pelos problemas sociológicos da Terra, nestes termos: “Para esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a árvore do meu Evangelho de piedade e amor. No seu solo dadivoso e fertilíssimo, todos os povos da Terra aprenderão a lei da Fraternidade Universal. Sob estes céus serão entoadas as hosanas mais ternas à misericórdia do Pai Celestial. Aproveitaremos o elemento simples da bondade, o coração fraternal dos habitantes destas terras novas, e mais tarde, ordenarei a reencarnação de muitos espíritos já purificados no sentimento da humildade e da mansidão, entre as raças oprimidas e sofredoras das regiões africanas para formarmos o pedestal da solidariedade do povo fraterno que aqui florescerá no futuro, a fim de exaltar o meu evangelho, nos séculos gloriosos do porvir”.

Jesus, para transplantar para a pátria do cruzeiro, o seu evangelho de amor, naturalmente planejou, no seu devido tempo, espalhar a mensagem do consolador prometido, que nada mais é que as vozes e ensinos dos espíritos a partir do trabalho incansável de Allan Kardec no país das idéias libertárias – a França.

Neste mesmo período da codificação da Doutrina dos Espíritos, como aduziu o espírito Scheilla, em 1960, em mensagem psicografada por Rafael Américo Ranieri, “reuniram-se Espíritos amigos, cheios de fé e abnegação, numa tarde maravilhosa, a fim de traçarem o roteiro de futuras lutas missionárias na superfície da terra. Uniram pensamentos e corações implorando a Jesus lhes concedesse a oportunidade do trabalho efetivo em favor de numerosas entidades que pretendiam retornar à carne, libertas dos laços da família tradicional, de maneira a iniciarem no mundo novo sistema de viver para poderem servir sem os aguilhões dos laços consanguíneos. O Divino Senhor da Vinha enviou-lhes amorosamente o seu apoio e então, companheiros especializados e categorizados expuseram os planos superiores da CIDADE DA FRATERNIDADE, futura organização de Paz Cristã a ser edificada no Brasil”.

Transplantando o Evangelho do Cristo para as terras de Vera Cruz, seria crível o renascimento da Casa do Caminho nestas mesmas paragens, sob uma outra feição e à luz dos esclarecimentos do Consolador Prometido?

Esta tese constituindo um absurdo, daria à mensagem a qualificação de fraudulenta ou produto de imaginação humana, não persistindo, pois, sua edificação no tempo.

A Cidade da Fraternidade não seria uma comunidade cristã como qualquer outra que se absorveria num processo seletivo e natural nos erros e contradições dos aglomerados urbanos?

É possível, na Cidade da Fraternidade, como afirmou o espírito Scheilla na mesma mensagem: “encontrar ali os pequeninos sem teto, o amor verdadeiro e a liberdade cristã-espírita, capazes de lhes dar a orientação segura, a formação moral adequada a prepará-los para as experiências espinhosas dos deveres e provas com Jesus?

Estará a Cidade da Fraternidade à conta de utopia ou representa uma forma de isolamento ou reclusão semi-inconsciente de criaturas desajustadas da sociedade convencional?

Estas questões levantadas não são tão relevantes, dado que existe ascendente espiritual para a Cidade da Fraternidade. Ela prosseguirá realizando a missão a que foi predestinada.

Muitos fraternistas entregaram-se ao desânimo, frustrados nas suas expectativas relativamente à Cidade da Fraternidade. Seria bom eles refletirem nas afirmações de Scheilla pela mediunidade de Divaldo Pereira Franco – CIDADE DA FRATERNIDADE – 1970: “Não esperemos resultados a que ainda não fizemos jus. Os nossos objetivos a colimar, estão muito além de nossa visão próxima, no mundo objetivo da forma. Não nos deixemos descoroçoar pelas sombras. A noite é pausa do dia, prenunciando a madrugada de luz. Se temos agora tropeços, logo mais teremos realizações. A fraternidade é o amor em ação, é o Cristo vivo em comunhão conosco”.